O julgamento de três ex-agentes da polícia de Memphis, acusados de espancar Tyre Nichols até à morte no início de 2023, teve início esta quarta-feira, nos Estados Unidos. A juíza responsável, Elizabeth Rogers, alertou os jurados sobre a brutalidade das evidências que irão testemunhar, referindo-se ao comportamento dos polícias como “chocante”. De acordo com a juíza, os agentes “ficaram junto ao corpo moribundo de Tyre Nichols e riram-se”, sublinhando que os próximos dias do julgamento “não serão fáceis” para os presentes.
O caso remonta a uma operação de trânsito que resultou na morte de Nichols, um jovem afro-americano de 29 anos, três dias após ser violentamente espancado por cinco agentes, dos quais três estão agora a ser julgados. Nas suas alegações, os advogados de defesa dos acusados – Tadarrius Bean, Demetrius Haley e Justin Smith – alegaram que os seus clientes estavam apenas a cumprir o seu dever policial, com John Perry, advogado de Bean, sugerindo que a deliberação dos jurados será rápida após a visualização das provas.
RowVaughn Wells, mãe de Tyre Nichols, esteve presente no tribunal e expressou a sua esperança de que os agentes sejam considerados culpados, afirmando que o seu filho “era uma boa pessoa” e não o criminoso que, segundo ela, estão a tentar fazer parecer.
Os cinco agentes envolvidos no caso foram acusados de homicídio em segundo grau, entre outros crimes, incluindo agressão agravada, sequestro e má conduta oficial. O vídeo da detenção, divulgado em janeiro de 2023, mostra o violento espancamento de Nichols, que foi retirado à força do seu veículo, pontapeado na cabeça, golpeado com um cassetete e submetido a choques elétricos.
Este julgamento, além de refletir sobre a brutalidade policial, tem gerado grande atenção mediática, com a expectativa de que possa influenciar futuros casos de violência policial nos Estados Unidos.