A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na zona do Grande Porto, três administradores de insolvência e um advogado, no âmbito de uma investigação por corrupção e outros crimes económicos graves. Os suspeitos estão fortemente indiciados pela prática de crimes de corrupção, insolvência dolosa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, ocorridos, alegadamente, desde 2016 até ao presente.
A operação, conduzida pela Diretoria do Norte da PJ, incidiu sobre a atuação concertada dos quatro detidos, no contexto de processos de insolvência e recuperação de empresas, nos quais desempenhavam funções profissionais. De acordo com as autoridades, os suspeitos terão desenvolvido um esquema fraudulento que beneficiava de forma ilícita os insolventes e permitia a apropriação indevida de património, em prejuízo dos credores legítimos.
O esquema envolvia a introdução de créditos fictícios, apresentados por pessoas ou entidades da confiança dos detidos, com base em documentação falsificada, como contratos relativos a bens imóveis ou alvarás. Estes créditos eram reconhecidos sem a devida verificação, permitindo a apropriação imediata de ativos e a aprovação de planos de recuperação que favoreciam os devedores, suspendendo os direitos dos verdadeiros credores.
Os detidos, com idades entre os 51 e os 77 anos, serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para primeiro interrogatório judicial, onde serão aplicadas as medidas de coação consideradas adequadas. O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto.