A Polícia de Segurança Pública (PSP) alertou esta terça-feira para o aumento significativo de burlas associadas a falsos arrendamentos de imóveis, sobretudo através de plataformas online, um fenómeno que tem vindo a crescer e a sofisticar-se, acompanhando a evolução digital.
De acordo com dados divulgados, a PSP registou 4.267 casos de burla por falso arrendamento nos últimos três anos, com um pico em 2023 (1.542 ocorrências) e um ligeiro decréscimo em 2024 (1.511). No entanto, os primeiros três meses de 2025 indicam uma nova escalada, com um aumento de 25% face ao período homólogo de 2024 — 390 ocorrências, contra 313 no ano anterior.
Estes esquemas fraudulentos recorrem frequentemente a anúncios online atrativos, com fotografias reais e preços abaixo do mercado, induzindo as vítimas a pagamentos antecipados por imóveis que não existem ou já se encontram ocupados. Em muitos casos, os burlões utilizam documentos de terceiros para dar credibilidade ao negócio.
A PSP destaca três formas comuns de atuação:
- O anúncio desaparece assim que o pagamento é confirmado e o burlão corta todo o contacto.
- O burlão mantém o contacto até ao fim, com explicações evasivas, levando a vítima a só perceber o esquema quando tenta ocupar o imóvel.
- Em alguns casos, são usados documentos de identificação de outras vítimas, aumentando a confiança no negócio.
Conselhos da PSP para evitar ser vítima:
- Confirmar a veracidade dos anúncios através de plataformas fidedignas.
- Desconfiar de preços demasiado baixos.
- Verificar a morada e imagens da casa com pesquisas independentes.
- Solicitar cópias de contratos de fornecimento de serviços e confirmar o nome associado ao IBAN.
- Nunca efetuar transferências sem confirmar a legitimidade do anunciante.
- Evitar links externos enviados por e-mail.
- Contactar o banco em caso de suspeita de fraude e guardar todas as comunicações com o anunciante.
A PSP apela ainda à denúncia imediata de qualquer tentativa de burla, sublinhando que a rapidez na participação pode ser decisiva para identificar os autores e evitar novas vítimas.