PJ desmantela rede internacional de tráfico de droga na operação “Guanacaste”

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A Polícia Judiciária (PJ) anunciou o desmantelamento de uma organização criminosa internacional dedicada ao tráfico de cocaína, numa operação de grande envergadura levada a cabo nos últimos meses em articulação com autoridades da Espanha, Costa Rica e Europol. A operação “Guanacaste”, culminada ontem na Costa Rica, resultou na detenção de 37 suspeitos, entre os quais dois considerados alvos de elevado valor pela Europol.

A rede criminosa utilizava contentores marítimos com fruta exportada da Costa Rica para introduzir toneladas de cloridrato de cocaína em vários portos europeus, nomeadamente Setúbal (Portugal), Antuérpia (Bélgica), Roterdão (Países Baixos) e Hamburgo (Alemanha).

Tráfico dissimulado em fruta e vegetais

A droga era escondida de forma engenhosa: nas estruturas de caixas de cartão, em paletes, polpa de mandioca congelada e até vegetais falsos, simulando alimentos com a substância ilícita no seu interior. Entre o verão de 2024 e o início de 2025, foram feitas 26 apreensões, totalizando 5.408 kg de cocaína, distribuídos por:

  • Portugal: 731 kg
  • Bélgica: 840 kg
  • Países Baixos: 733 kg
  • Alemanha: 60 kg
  • Espanha: 1.141 kg
  • Costa Rica: 1.891 kg

Cooperação internacional e detenções

A operação contou com o envolvimento da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, da Guardia Civil espanhola, da Polícia de Controlo de Drogas da Costa Rica, e do apoio da Europol, no âmbito do Projeto GDIN, financiado pela Comissão Europeia.

As entregas controladas de contentores, iniciadas em Portugal e dirigidas a Espanha, permitiram deter vários elementos da organização e reunir provas cruciais. As detenções repartiram-se por:

  • Portugal: 7 detidos
  • Alemanha: 5 detidos
  • Espanha: 13 detidos
  • Costa Rica: 12 detidos

Rede operava em três continentes

A investigação apurou que todos os carregamentos estavam ligados ao mesmo grupo criminoso, com ramificações na Costa Rica, Espanha e Portugal, e que operava de forma articulada entre a América Latina e a Europa. O Centro de Informação Criminal Antidroga, no âmbito do Projeto GDIN, foi essencial para identificar os responsáveis e monitorizar as rotas da droga até ao seu destino final.

A PJ informa que as investigações continuam, com o objetivo de desmantelar por completo a rede criminosa e identificar todos os envolvidos.