Começou esta terça-feira, no Tribunal de Aveiro, o julgamento do homem acusado de ter assassinado a companheira, em agosto de 2024, no concelho de Vagos, e de ter ocultado o corpo da vítima numa zona florestal. O arguido, um cidadão venezuelano de 47 anos, encontra-se acusado de homicídio qualificado e profanação de cadáver, mas optou por não prestar declarações na sessão inaugural.
Durante a audiência, um inspetor chefe da Polícia Judiciária revelou que o suspeito, quando inicialmente questionado sobre o desaparecimento da mulher, apresentou “uma enormidade de contradições”. Confrontado posteriormente com essas incoerências, acabou por confessar o crime, ainda que com uma versão pouco convincente, alegando que a vítima “se tinha espetado numa faca”.
A investigação apurou ainda que o arguido terá apagado dados do seu telemóvel e realizado pesquisas sobre como eliminar o histórico de localização, o que reforçou as suspeitas das autoridades. O homem acabou por indicar o local onde enterrou o corpo, que viria a ser encontrado e resgatado pela PJ.
De acordo com o Ministério Público, o homicídio ocorreu a 14 de agosto de 2024, na residência do casal, quando a vítima, de 36 anos e também venezuelana, preparava as malas para sair de casa. O arguido terá utilizado uma faca de cozinha para cometer o crime, embrulhado o corpo num cobertor e transportado o cadáver até uma mata, onde o enterrou. Posteriormente, tentou apagar vestígios, limpando a alcatifa ensanguentada e desfazendo-se da arma do crime, de objetos pessoais da vítima e da mala de viagem.
O suspeito, em prisão preventiva desde o final de agosto, será julgado pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.