A Universidade do Algarve (UAlg) abriu um inquérito para apurar responsabilidades na sequência de comportamentos sexistas registados numa barraca da Semana Académica que recompensava mulheres com bebidas alcoólicas em troca da exposição do corpo. A barraca em questão, ligada ao curso de Engenharia Mecânica, exibia mensagens consideradas ofensivas e promotoras de condutas discriminatórias.
O caso foi denunciado nas redes sociais pelo deputado social-democrata Cristóvão Norte, que apontou a existência de “linguagem de caserna” e criticou o “desafio despudorado à exibição do corpo em troca de álcool”, classificando o episódio como “triste e revoltante”. O político exigiu a retirada imediata do material e um pedido de desculpas por parte dos responsáveis.
Em comunicado, a UAlg condenou firmemente os factos, salientando que os mesmos “atentam contra os valores humanistas, igualitários e democráticos” da instituição. O reitor, Paulo Águas, ordenou a abertura de um processo de inquérito disciplinar e solicitou à Associação Académica da UAlg (AAUAlg) a intervenção imediata para pôr fim à situação.
Rodrigo Carlos, presidente da AAUAlg, confirmou que o material em causa começou a ser removido na tarde desta terça-feira, conforme acordado com a reitoria. Reconheceu que as barracas de curso são uma tradição da Semana Académica e que existe uma competição entre cursos, muitas vezes marcada pela ironia e crítica social, mas garantiu que serão retirados todos os conteúdos considerados sensíveis ou ofensivos.
A Universidade reafirmou que “não tolera, nem compactua com comportamentos que atentem contra a dignidade” de qualquer cidadão, comprometendo-se a agir com firmeza perante este tipo de ocorrências.