O antigo administrador do Banco Privado Português (BPP), Paulo Guichard, foi condenado a uma pena de 13 anos e seis meses de prisão em cúmulo jurídico, decisão que a defesa já anunciou que recorrerá para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A condenação foi proferida pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, substituindo as penas atribuídas em três processos relacionados com o colapso da instituição bancária.
Paulo Guichard já havia cumprido mais de dois anos e meio de prisão no âmbito de uma sentença de quatro anos e oito meses por falsidade informática e falsificação de documentos, num processo julgado em 2018. Nesse caso, foram também condenados João Rendeiro, antigo presidente do BPP, que faleceu, e Salvador Fezas Vital, outro ex-administrador.
Em maio de 2021, Guichard e Fezas Vital receberam penas de nove anos e seis meses de prisão por crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Num terceiro processo, Guichard foi condenado a três anos de prisão por burla qualificada, envolvendo o embaixador jubilado Júlio Mascarenhas.
O colapso do BPP, em 2010, deixou marcas profundas no setor bancário português. Especializado na gestão de fortunas, o banco já enfrentava dificuldades financeiras quando foi arrastado pela crise internacional. Embora fosse uma instituição de pequena dimensão, o seu colapso teve repercussões significativas, especialmente pelo potencial de contágio ao sistema financeiro português, numa época em que se vivia uma crise global.
A decisão agora anunciada consolida os processos relacionados com o BPP, mas a defesa de Paulo Guichard promete recorrer, levando o caso ao Supremo Tribunal de Justiça. O desenrolar do processo continuará a ser acompanhado de perto, dada a relevância histórica do caso no panorama da banca nacional.