Um antigo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, de 59 anos, enfrenta julgamento na próxima segunda-feira, em Coimbra, acusado de 19 crimes de calúnia agravada contra uma procuradora do Ministério Público e duas juízas.
O caso remonta a 2019, quando o arguido foi acusado de coação numa disputa com uma vizinha em Montemor-o-Velho. Desde então, o ex-docente, que deixou a universidade em 2005 após reprovar numa tese de doutoramento, enviou múltiplas comunicações às magistradas, desferindo ataques pessoais e profissionais.
Entre as declarações, questionou o intelecto e o gosto literário das juízas, desafiou a procuradora a testes de QI e acusou as magistradas de “ódio aos homens”. Em mensagens repletas de críticas e sarcasmo, destacou-se por alardear feitos pessoais, como dominar 17 línguas e possuir uma vasta biblioteca de mais de 6.000 livros.
Apesar das acusações, o arguido defende que as suas comunicações se limitam a argumentar “com duas senhoras singulares no direito” e considera o processo “um número de ilusionismo”.
O julgamento, que começará às 9h45, promete esclarecer os contornos deste caso marcado por acusações invulgares e uma postura provocadora.